segunda-feira, julho 12

Ser ou estar, eis a questão

Hoje eu quero apenas ver o ar, respirar mar, estar, estar.
Quero ouvir a janela tocar, no violão sentar e trocar, desfocar, me esgotar.
Nem que fosse pé de caximbo em pleno domingo p ver o boi passar.
Nem que fosse um nada que ver,nem na mente, nem com a vida da gente
de lá pra cá, e ser e estar, se cansar, descansar.
A cada sorriso que cai do olho ou lágrima que cai de molho
Nem sempre há verbo pra rimar
Com tanto ser no conjulgar na razão de complicar.
A cada ser que sou, sou quadrado ao dobrado
sendo rima desdobrada, masculino esgotado.
E mesmo sendo ou estando
estarei aqui, serei aqui e vou ganhando.

quarta-feira, junho 30


A voz é nossa, não dá nem prosa, espero então o sol voltar e a praia invadir o mar ou o mar invadir o ar.

terça-feira, junho 29

Caso algum

A todo tempo montamos uma fortaleza em que é preciso ser grande demais pra ver o que há por trás dos tijolos. É preciso uma escada longa demais pra conseguir atravessá-la e a única coisa que fazemos pra que alguém, que não seja nós mesmos, consiga estar na "nação" proibida é fraudando da maneira mais invadida possível. Sentimos-nos violados por dentro, mas por fora tudo estará na mais perfeita aparência. Nenhum lugar pode se tornar inabitável, não por toda vida... E em se tratando de viver num mundo dividido por populosidade a questão fica ainda mais complexa.
Assim como os príncipes estarão sempre em contos de fadas, as pessoas
capacitadas a entender toda a estrutura de nossa fortaleza também estarão marcando presença em algum lugar do globo; não o terrestre por que esse é quase que sem fronteiras, mas o ocular, dentro de cada retina; prontas a, se preciso for, nos "violar" alma a dentro pra que enxerguemos o quanto precisamos de arquitetos, pedreiros, seja lá o que for, para a construção de algo de valor, nós mesmos.

domingo, junho 6

Ideias de Gênio

Os animais não bebem leite depois de grandinhos, os seres humanos sim, bebem e como bebem, as vezes até misturam com substâncias de nome estranho, uma tal de soda cáustica, mas os animais não os avisaram que não podia ou esqueceram de perguntar. Ah, mas o homem não gostou de saber disso, pior, teve medo que quando os outros também descobrissem não gostassem, como ia ficar a PARMALAT? (e não ficou mesmo). Resolveram então ir contra o faz de conta de alguns teóricos, aceitaram que somos quase que um diamante marron, chamado barro, o mais sofisticado, vivo e inteligente.Como o placar pra os animais ficou de 1 x 0, alguns tiveram a brilhante idéia de desimpatar, UAU, isso é que é espírito esportivo, mas como?
— Que tal provarmos pra eles que somos barro, barro do puro, refinado?
— Mas como? Disse um segundo, barro tem um gosto tão ruim e pra eles não faz diferença.
O primeiro com sua brilhante ideia resolve arrancar dos outros seres vivos aquele a qual o barro é primordial, mas quem? — Eurekaaa, que tal o porco? Diz ele.
—Pra que ele serve? É tão sujo e fedorento sem tempero, huuum sem tempero, repete "a voz da consciencia".
Resolvem então comê-lo, mas esqueceram de perguntar o que vinha no lugar do katchup, uma tênia mal passada ou quem sab um Balantidium Coli. Gostaram tanto da ideia que transformaram o placar quase que invejável (fácil de mais, nem se quer aceitaram que tivesse juiz pra dar cartão vermelho), e partiram pra próxima. Tiraram a minhoca da galinha, gostaram até do rato, das formigas gigantes do tamanduá, e por último, tiraram as árvores dos macacos, foi tudo um sucesso. Soou até um boato que estavam conseguindo acabar também com o telhado dos animais, mas este não era feito de barro, aah mas não era mesmo, era outro tipo de massa, uma mistura de gases aqui, outra acolá e prontinho, lá estava seu lindo teto, mas como é mesmo o nome? Ah sim, atmosfera! Foi quando descobriram que o ambiente em que viviam era o mesmo. E o resto da história? Quem sab depois da COP 16.

quinta-feira, junho 3

Enveredação de um caminho



O amor, assim como a moral, se transformou ao decorrer das necessidades e mudanças de uma época. Talvez esse tipo de afirmação não seja coerente quando se trata de um sentimento imutável, mas quando se trata de humano não seria impossível tal tese. Há três décadas certas pessoas não amariam astros atuais da música ou investiriam em romances pela internet. Parece que as mudanças existem em todos os contextos, é preciso apenas que a sociedade se adapte a novos costumes e pronto, está feito!
Um tipo de amor programado biologicamente é amor de mãe, mas este também mudou ao decorrer das gerações. Antigamente os pais preparavam melhor seus filhos a aprender a falhar e com isso nem se ouvia falar em depressão, hoje existe a expressão: aah, passou a mão na cabeça do filho e ficou tudo bem. E o que isso tem a ver com amor? Tudo, diante de um sentimento tido como perfeito, uma preparação de legitimidade para com os filhos é fundamental, se não fosse assim o homicídio hoje não seria um índice. O amor completa e se algo fundamental nos falta, a vida já não tem tanto sentido assim.
Apesar de tudo parecer nada previsível, sempre existiu alguém que matou o amado e disse ser por amor. Mas seria mesmo amor?
O amor forma uma estrutura social, se ele muda ou vira um vício, recebendo o codinome amor, pode influenciar em muitos aspectos negativos. 
Por sermos humanos e sem suficiência para  pender pro que é correto temos a tendência de nos adaptar melhor ao que não é bom, por isso é preciso lembrar que não somos humanos, nós nos tornamos humanos, e fazemos parte de uma formação amorável, se não, não estaríamos sempre em busca do amor pleno que suaviza a alma e nos faz sentir que pertencemos a uma natureza temporária.


segunda-feira, março 29

Female

Mulheres podem ser pétala, flor e numa ordem sempre crescente, espinhos.  Somos tidas como complexadas, complicadas, confusas etc. e me pergunto se depois de ser levado a um giro de 360° entre "isso não vai mais acontecer" e a repetição da grosseria masculina, exista alguém que ande sem cambalear e sem uma dose de neurótica na cuca.
Sorrimos do homem que não existiu e mesmo sabendo, não deixa de ser verdade que ainda assim, continuamos sorrindo. Sempre perdidas entre a essência do existir, do desistir, homófonos, homógrafos, cavaleiros, cavalheiros; quem é quem ou o que é o que. Sem entretenimentos medievais com o príncipe encantado ou cavalo branco 2.0.
Mesmo que um dia a poesia pra nós acabe, sempre terá poder feminino pra se fazer irromper novas palavras de amor. Somos halo divino e n indefeso vapor.

segunda-feira, janeiro 25


Outro dia ouvi alguém dizer: meu inimigo mora dentro da minha própria casa! É, foi sinistro eu sei, mas me fez pensar no quanto a gente se esforça pra nomear inimigos. Tomando a parte que me cabe desde já, na "melhor" das hipóteses um inimigo é alguém contrário a uma opinião e indo um pouco além, no sentido fatal da coisa, é sinônimo de ódio, aversão, alta destruição.
Em tempos não tão distantes, ter um inimigo era guerra na certa, envolvia gente inocente também e com 1 único objetivo, extermínio total e caminho livre pra ter o que tanto se almejava, mesmo com um braço a menos ou um olho,talvez.
Hoje não é tão diferente assim, quanto mais longe pudermos estar do "tal", melhor! E com o ódio na cabeça,bem ali dentro, corroendo todos os míseros pensamentos, com aquele sentimento de: "aah se eu pudesse dar um murro na cara dela, não precisava fazer muito estrago, bastasse que o nariz dela quebrasse o suficiente pra que nem plástica resolvesse mais, só isso".
E por fim, depois de tanta destruição, me pergunto quem sai mais tranquilo da história? Já não suficiente todo o mal que foi causado, estragando de vez a nossa vida , no final ainda sentimos os únicos sentimentos que só em guardar nos traz um mal danado, um stress eterno; um câncer ali, uma gastrite aqui, não precisa ir muito longe, uma úlcera. E pergunto de novo, quem sai ganhando mesmo ein?
É, eu sinceramente não tenho inimigos e não faço a mínima questão de tê-los, não considero nem um pouco atrativo as causas nem muito menos as consequências, enfim, mas e você ta afim de uma ulcerazinha mal passada?

domingo, janeiro 3

2010 d.c


Talvez não seja novidade que a maioria das pessoas logicamente escreveu sobre o Réveillon e é bem interessante que a maioria delas também fez uma retrospectiva sobre o ano que se passou, pontos negativos e positivos.
A repetição dos anos, os conceitos sobre a vida geralmente são exatos, definidos, porém sempre existem alguns fatores que fazem dela outono. A moda faz das cores a "sorte" pro ano que chega, alguns se vão antes da virada e a maioria dos relacionamentos acabam por falta de expectativa do tempo que se passou.
O único fundamento a ser estabelecido em tudo que se foi é fazer nova todas as coisas.