terça-feira, abril 5

Limiar














Depois que aprendi a tecer descobri que pra saber tudo era preciso saber crer
E se eu não souber ver? E se eu não quiser ter?
Preenchi requisitos,ultrapassei todas as metas
Tornei-me erudita sem precisar usar setas
Segui regras
Fiz de frente pra uma janela sem vista
Atei todos os nós, descobri todas as pistas
Transformei os fios da urdidura e os da trama em largura
Conjulguei o entrelaçar, escrito em papel timbrado só pra ter que rimar
Expressei em todos os tempos e no pretérito imperfeito cuidado só pra fazer amar
Viajei em mestrado num ambiente esgotado
Fiquei conhecida mestre com o tear incitado
Havia contato com a obra deixando cair toda sobra
Até que perdi
Quebrei valores, provei desamores
despedi-me da obra e me abati
Lembrei ter diploma num mercado mioma
Onde tudo é jacaré, lutam uns com os outros até dar no pé
E depois da algazarra fazem da lembrança piada
Até te mostrar que quem vence é quem tem brandura,
a melhor capa dura
e a mais rápida virada.

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